O TRAFICANTE PARTE II
O TRAFICANTEP PARTE II
Para exercer a profissão de medico, em qualquer lugar do mundo e preciso ter entre vários predicados, sito apenas alguns como : vocação, persistência, determinação. Mas quando a sua profissão e ser Perito Legista na cidadede do Rio de Janeiro, você precisa também de ter.... sorte. Quando em l990, ao ler o edital de concurso para Medico Perito Legista de III Classe da Policia Civil do Rio de Janeiro, la estava: Concurso para preenchimento de Cargos de Peritos Legistas : Necropsia.....121 vagas, Neurologia........01 vaga, Psiquiatria......01 vaga; Otorrino...01 vaga, Oftalmologia ......01 vaga, enfim para ser especialista , uma única e misera vaga. Não titubiei e escolhi sem arrependimento: Neurologia e eu era um Neurocirurgiao , o cara que tudo faz mas nada sabe. O concurso foi efetuado num domingo no Campus da UERJ, num provão seletivo, depois conforme era aprovado, foram se fechando o funil . Prova de Medicina Legal Geral, Prova de Medicina Legal especifica ,prova de Neurologia, Prova Psicotécnico . Prova de Aptidao Fisica. Na especialidade de Neurologia na primeira leva de neurologista so foram aproveitados seis . (sim tinha estendido para seis vagas para a Neurologia Forense). ( Tirei a sexta qualificação, nao esquecer o fato de ser um neurocirugiao). Em 1990 entraram os dois primeiros colocados , e , no decorrer da necessidade da Policia, os candidatos aprovados ficariam aguardando serem convocados, fiquei em ritimo de espera de próxima chamada, enfim a vida e assim mesmo. Quando a oportunidade se nos apresentou, fomos convocado para a complementação do concurso a ser feito na Acadepol (Acadepol = Academia de Policia) que seria um curso de formação policial de três meses , que foi realizado no final do ano de l995, quase no final de validade do concurso. Em marco de 1996 ao terminarmos o curso éramos 45 médicos no total, a ter completado o ciclo do concurso para Perito Legista, fomos entao convocado para fazer o curso de Medicina Legal no proprio Instituto Medico Legal Afranio Peixoto, e como tinha opatado para Neurologia Forense , eu e minha coloega esta sim neurologista da gema, fizemos seis meses de estagio na sessao de Neurologia Forense, justamente supervisionado pelos dois colegas que assumiram no concurso de 1990, terminado todas as provas ficamos aguardando a convocação definitiva, recebemos uma matricula e inclusive quem solicitou ( pois o Direito não a acoberta os que dorme) o pagamento de Cadete da Policia por ter cursado 360 horas de formação policial, Mas o tempo ia passando e nada acontecia, quando finalmente ao perceber que a máxima do Barão de Itararé estava ali, naquele momento acontecendo com a gente ( a máxima era : De onde se nada se espera, ai mesmo que merda nenhuma acontece!) Corremos atrás dos nossos interesses, e através de um madado de segurança por mim impetrado ( enfim Eu sou Advogado ! Porra!) conseguimos que o Juiz acatasse e que os 45 médicos ficariam com o direito assegurado tão logo fossem abertas vagas para o cargo de Perito legistas na policia, pois o chefe de policia na época em seu despacho final dissera que a policia não precisava de médicos. Anos mais tarde ao se candidatar a um cargo de Deputado Estadual, fiz questão de procurá-lo e ao se por mim confrontado e lembrado de sua assertiva , disse-me (que cara de pau!) estar arrependido daquela finalização, e da maneira como encarava o trabalho de medicos na Policia, retruquei, o senhor perdeu os votos de 45 médicos e de seus familiares, o que o constrangeu sobre maneira, enfim o referido senhor não consegui seu intento eleitoral, aqui na terra se faz aqui na terra se paga. E somente em 20 de novembro de 2000, fomos convocado e assumimos, 44 médicos pois hum desistiu , assumimos com alegria e esperança e determinação o cargo de Perito Legista III Classe , depois de dez anos do concurso . Pensei naquele momento que a minha formação em Direito, sevira pelo menos para advogar em causa própria e que causa propria, ate hoje todos esses colegas tem uma divida de gratidao para comingo. Eu e lógico na função de Perito Neurologista Forense, especiliadade que só existe no Estado do Rio de Janeiro, perfazendo carga horária de 40 horas semanais. Como sou medico tenho direito a acumulação de duas matriculas ficando então como Medico A da Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil na funcao de Neurocirurgiao, que me aposentei dia 13 de outubro de 2009 e Medico Perito Legista de II Classe ( na atualidade) como Neurologista Forense lotado no Instituto Medico Legal Afrânio Peixoto ora na Rua dos Inválidos l51 Centro, segundo andar, com promessas de em breve nos mudarmos para as novas instalações do Instituto Medico Legal na Rua Francisco Bicalho perto da Rodoviária Novo Rio. Estamos esperando a mudança , quem viver , vera.. Como neurologista forense, cabe-nos pois somos 4 peritos e ação , a responder a solicitação de exame neurologico subsidiário ao exames de corpo de delito efetuados pelos peritos legistas de todo o Rio de Janeiro, bem como as solicitações das autoridades judiciárias como Juizes, Promotores, Defensores Públicos e lógico os Peritos Legistas. Ao chegar no meu plantão, uma segunda feira, havia uma solicitação de uma visita domiciliar ( um exame muito raro) de um neurologista forense, solicitado pelo delegado da área, para que o mais rápido possível fosse emitido o exame subsidiário neurológico para complementar um Autos Exame de Corpo de Delito efetuado pelo Perito Legista de Campo Grande....o local era na favela Vila Alianca local de grande influência de traficantes armados ate os dentes e de milicianos idem ipsem idem. Na policia mandou tem que cumprir ainda mais ordem de Delegado de Policia. Na policia ordem de Delegado não e para ser discutida mas para ser cumprida o mais rápido possível sem meu pe me dói ou choradeira. Manda que tem poder obedece que tem juízo, e o nosso lema , ou em rio que tem piranha jacaré nada de costas. Meu irmão o lugar era tão barra pesada que foram destacados dois policiais armados para esse deslocamento, o motorista que chamaremos de Zé Totalflex, pois bebe todas, e o outro que denominaremos Zé Armário como se deduz o cara e realmente grande. E com o endereço em mãos fomos pela Avenida Brasil afora, tomamos no final a direção de Campo Grande e nos dirigimos ao endereço da visita dentro da favela Alianca , em com os nervos a flor da pele, olhando para tudo que e lado, a gente ia se aproximando , quando de repente a gente se deu conta que estávamos perdido, - Puta de que Pariu meu irmão, como e que nos metemos numa enrrolada destas, o motorista que jurava conhecer o pedaço como a palma da mão dele, estava mais enrolado que carretel. Pudera ! dentro da favela tudo e igual , pessoas, ruelas, caminhos e olha o quebra....molas....Paf ...Paf... a porra do carro , ( descaracterizado : manja, placa branca de Brasília e um local no teto obliterado por uma rolha plastica, para colocar o bigorrilho ), aquela Luizinha que fica piscando em cima do carro da policia, la se foi o chifre do Zé Armário, brincou o motorista Zé Totalflex como se aquela era hora de brincadeiras.... não deu outra o carro ficou preso no quebra molas que para mim deveria ser uma barricada mesmo. Quando vários elementos armados e mau encarados se aproximaram dizendo : Ai meu irmão, perdeu!.....perdeu !......perdeu.....! Mãos na cabeça e saiam do carro ! Se demorar muito abrimos fogo! - Calma , calma, calma, disse eu, sou medico (estava de jaleco branco! Que foi a minha sorte, sou do Instituto Medico Legal e vim fazer uma visita domiciliar aqui na favela, aqui esta a solicitação , vocês sabem onde fica este endereço ? - Ai doutor, gente boa, Não sei porque a sua fisionomia não me e entranha, como devo muito a um doutor que me operou certa feita, no Hospital Getulio Vargas, mas isso e outro papo, deixa pra la, depois eu me lembro. Ai Gente ninguem mexe com ele, mas os outros caras parecem ser canas. Vamos queimar eles agora mesmo. - Zé Totalflex Suando adoidado e tremendo que nem vara verde - Que que isso meu irmão, somos todos gente boa, somos do IML Centro e estamos aqui em função do que o doutor falou, fazer um visita domiciliar a um componente da comunidade falou? - Zé Armário branco que nem cera todo tremulo tambem – Isto mesmo meu cumpadre , somos trabalhor do IML falou ! - Num tem nada disso não , aqui na favela vacilou , dançou.... Como começou a chegar muita gente, cada um, mais esquisito que o outro...me lembrei do nome do traficante chefe da área , e resolvi apelar para a lei do trafico. Solicitei então que fossemos encaminhado ao dito cujo. - Não tem nada disso não . O chefe do trafico aqui sou eu agora mano, Nos mesmo vamos resolver a parada. E fomos os três levados para o alto do morro, onde num barraco muito do muquifado tinha na porta um negão de dois metros de altura, tipo, sujo, com um palito no canto da boca e limpando as sujas , bota suja nisso , unhas. - Ai Serjao, o negocio e o seguinte, o Doutor e gente boa , nada com ele, mas estes dois cablocos se perderam e para aprenderem a lição leva pros fundos e come o cu deles e sem vasilina . Falou? - Pode deixar que eu resolvo a parada já, já, bota os caras pra dentro que so livro a cara ou seria outra coisa, do Dr conforme vocês falaram. La dentro do barraco, confirmando a minha impressão, sujo, uma bagunça federal, uma mesa e uma cadeira e nos fundos a pocilga onde os meus dois companheiros seriam justiçados. Meus Deus que situação. - Olha Sr Serjao. Estes dois são dois espadas, pais de família, trabalhadores , so aconteceu esta fatalidade por puro azar! Deixa a gente ir embora que ninguém ficara sabendo de nada , poderei com toda a calmo possível. - Não tem conversa não, ordem dada e ordem executada. De repente a porta se abre são os mesmos traficantes, agora trazendo outro infeliz todo quebrado, esse já havia recebido o corretivo. - Ai Serjao , este aqui e para você cortar as mãos , os pés arrancar as orelhas e o nariz, pois foi pego robando na área, e a ordem aqui no pedaço e a lei do cão. - Pode botar ele ai no fundo que daqui a pouco eu cuido dele direitinho. Serjao , curtindo o sofrimento e dor no ar e medo e angustia que imperava no recinto calmamente continuava a limpar suas sujas unhas. De repente a porta se abre de novo , os mesmo caras novamente agora trazendo outro infeliz, mais estropiado que o anterior. Ai Serjao este estava comendo a mulher do chefe, a ordem e faze o mesmo que fará com outro mas tem que capar primeiro pra aprender a não se meter com a mulher dos outros, e a lei do cão meu irmão, a lei do cão. Pode deixar ele la nos fundos que já , já, vou cuidar dele dando que ele merece....Eh! Eh !Eh!. Ato continuo deixam o infeliz mais morto que vivo, e saíram batendo a porta. Dando boas gargalhadas AH! AH! AH! Foi então que la de traz, la dos fundos, bem baixinho, bem devagarzinho eu ouvi: - PSIU ! PSIU ! PSIU !SEU SERJAO, SEU SERJAOZINHO, DESCULPE VIU, NÃO SE ABORRECA COM A GENTE MAS SO PARA NÃO CONFUDIR AS PARADAS , NOS SOMOS OS CARAS DO CU VIU???? Ai juntando todas as forcas e coragem que restavam numa situação deste falei bem baixinho , bem devagarzinho também: AI SEU SERJAO NÃO SE ESQUECA DE LIVRAR A CARA DO DOUTOR QUE E GENTE BOA , E ESPADA TAMBEM! ORDEM DO CHEFE DO TRAFICO DA AREA QUE CERTA FEITO FOI OPERADO DA COLUNA LOMBAR E MUITO BEM OPERADO DIGA-SE DE PASSAGEM, POR ELE ( O DOUTOR) NO HOSPITAL GETULIO VARGAS LA NA PENHA HÁ ALGUNS ANOS ATRAZ............... Rapaz naquele momento de sufoco, e bota sufoco nisto, meu tico e teço (nome dos dois neurônios que estavam em funcionamento naquele momento) me lembrei de onde conhecera o traficante em questão : Era o mesmo que havia operado quando fora baleado da coluna em confronto com a Policia Militar na função de neurocirurgião da Equipe Flavio Novaes cujo plantão era quinta de dia e domingo a noite no Hospital Estadual Getulio Vargas na Penha. COMO DISSE ALAN KARDEK : O ACASO NAO EXITE E EU DIGO :COICIDENCIAS NÃO EXISTEM TAMBEM.
PAULO ROBERTO SILVEIRA
Enviado por PAULO ROBERTO SILVEIRA em 12/07/2009
Alterado em 06/08/2009 Copyright © 2009. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |