DR. PAULO ROBERTO SILVEIRA

VIVO DE AJUDAR AS PESSOAS  A AMENIZAREM  OS SOFRIMENTOS  DO CORPO E DA ALMA.

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AS CONVULSÕES FEBRIS
    AS  CONVULSÕES FEBRIS



As convulsões febris ocorrem entre a população infantil com menos de cinco anos de idade, na incidência de 2 a 4%, constituindo uma entidade clínica relativamente comum na primeira infância.
O termo convulsão febril benigna é usado para definir uma crise convulsiva que ocorra na vigência de uma hipertermia desencadeada por infecções extracranianas, isto é, que acometem outros orgãos ou sistemas do corpo que não o sistema nervoso.
Nesse conceito deve-se tomar cuidado para não confundir a convulsão febril simples ou benigna com uma crise epiléptica precipitada por febre, pois as duas são diferentes quanto ao prognóstico futuro.




1. CONDIÇÕES ESSENCIAIS PARA CARACTERIZAÇÃO DE UMA CONVULSÃO FEBRIL SIMPLES

Idade – A faixa etária na qual ocorre uma convulsão febril se situa entre seis meses e seis anos. São mais raras as convulsões febris em crianças com mais de seis anos. Crise convulsiva febril que ocorre em criança com menos de seis mêses pode ser manifestação de doença grave do sistema nervoso.
Ausência de história de trauma obstétrico, trauma craniano e moléstina neurológica anterior.
As crises convulsivas febri geralmente são de curta duração (15 a 20 minutos) e generalizadas. A ocorrência de crises focais ou de  longa duração tornam improvável o diagnóstico de convulsão febri benigna.
O exame neurológico é inteiramente normal.
O exame de líquido céfalo-raquidiano deve ser normal. O eletrencefalograma também é  normal no período intercrítico.







2. QUADRO CLÍNICO

Já foram anteriormente mencionadas as características principais de uma convulsão febril simples ou benigna.
São crises generalizadas tônico-clônicas ou tônicas, por vezes flácidas ou acinéticas que ocorrem nas primeiras horas de uma elevação térmica. As crises geralmente duram de 15 a 20 minutos sendo a recuperação mais ou menos rápida.
Os processos infecciosos que têm sido encontrados, ocasionando elevação térmica com convulsões febris são, na sua grande maioria, infecções das vias aéreas superiores e, em segundo lugar, gastroenterites e infecções pulmonares. São menos comuns as convulsões febris em doenças exantemáticas próprias da infância, sendo a roséola infantum (ou exantema subitum) o mais freqüente de seus desencadeantes.
Por vêzes, a convulsão na vigência de febre pode ser manifestação de uma meningite ou meningencefalite e, na dúvida, deve ser feita uma punção liquórica.

3. EXAMES COMPLEMENTARES

Líquido céfalo-raquidiano – O exame do líquor é habitualmente normal.
São descritos na literatura pleocitose discreta, diminuição da taxa de proteínas e aumento da glicose em um número muito pequeno de casos.
Eletrencefalograma – O achado mais constante em casos de convulsão febril, do 3.º ao 5.º dia após a mesma, é uma lentificação do rítmo que costuma ser mais intensa nas áreas occipitais e habitualmente assimétrica.
Essa anormalidade diminui depois de 10 a 14 dias e posteriormente desaparece completamente sendo o eletrencefalograma normal apos três mêses.
A mesma alteração foi observada em casos de crianças com processos infecciosos extracranianos e febre, sem convulsões, tendo o eletrencefalograma se normalizado dez dias após a queda da temperatura.
Outro tipo de alteração eletrencefalográfica fala contra o diagnóstico de convulsão febril benigna.
Bioquímica sangüínea – A taxa baixa de sódio sérico (130 mEq/1 ou menos)  em alguns pacientes , dentro de uma ou duas após uma convulsão febril.
Os demais dados bioquímicos do sangue (dosagem de cálcio, fósforo, nitrogênio não protéico e glicose) são normais, sem alteração ou anormalidades bioquímica no  sangue.





4. ETIOPATOGENIA

Parece indubitável que o desenvolvimento anatômico, fisiológico e bioquímico do cerebro da criança, com o decorrer do tempo, vai desempenhar um papel na maior ou menor suscetibilidade às convulsões febris.
Importantes mecanismos podem ser desempenhados pela menor atividade da anidrase carbônica no recém-nascido e os altos níveis de consumo de oxigênio e circulação sangüínea na primeira infância.
Fatores genéticos – Apesar de LIVINGSTON E MILICHAP terem encontrado uma alta incidencia de história familiar de convulsões febris em crianças com esta entidade mórbida, o último concluía que o fator genético não era de mais importância do que em outros tipos de manifestações convulsivas.
Segundo FRANTZEN e COLS chegaram a conclusão que a suscetibilidade a convulsões febris é trasmitidas por um gene dominante com penetrancia incompleta.  A incidência de epilepsia propriamente dita nos parentes dos pacientes não era mais alta que na população em geral.



5. TRATAMENTO

Tratamento contínuo com barbitúricos durante um ano.
Se o eletrencefalograma e o exame neurológico continuarem normais, reduzir progressivamente a dose durante seis meses.
Finalmente, administrar barbitúricos apenas quando a criança tiver febre, conduta essa que deve ser mantida até a idade de seis anos.
Se há recidiva de convulsões febris, é interessante manter a terapêutica contínua até a idade de seis anos.









6. JUSTIFICATIVA

A recidiva de convulsões febris é extremamente alta.
Uma criança que tem uma convulsão febril de curta duração, pode posteriormente ter uma crise de longa duração ou entrar em estado de mal convulsivo com efeitos danosos para o cérebro.




7. PROGNÓSTICO

Considerando as convulsões  febris benignas no verdadeiro significado no termo, o prognóstico é relativamente bom. O risco de ter convulsões não febris no futuro é menor que 20%
O clínico que trata de uma criança com convulsão febril deve, então,  lembrar  aos pais do paciente sobre a benignidade relativa da doença, mas não pode ser excessivamente dogmático ao afirmar que essa criança nunca se tornará epiléptica.

PAULO ROBERTO SILVEIRA
Enviado por PAULO ROBERTO SILVEIRA em 02/06/2009
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