25/08/2009 21h34
A DESPEDIDA FINAL ( UM GRANDE AMOR SEM FIM)
Quando fomos acordados naquela madrugada, o som era oco e abafado, era uma manhã muito fria de um inverno que prometia ser muito rigoroso! Estávamos em pleno inverno , numa cidade do interior do Sul de Minas .Nossa casa ficava situado no alto do S.
- Dr , Dr, Dr, acorde, tenho uma notícia para vocês!...gritava a todo os pulmões Zé Martinho, meu amigo, que morava no outro lado da cidade, num bairro operario, onde passei grande parte da minha infância , dizia que havia recebido um telefonema (Nós naquela época não tínhamos telefone em casa). - Do que se trata Zé ? - Infelizmente o seu cunhado, a espôsa e o filho menor, sofreram um acidente automobilístico (colisao de veiculos) quando se dirigia para a casa de campo em Araruama RJ, pelo que pude apurar e estão internados no Pronto Socorro de Rio Bonito, e... parece que o negócio foi feio! - Senti um arrepio na espinha, mas respirando fundo, me controlei, e disse: aguarde firme ai, que vou-me trocar e irei contigo ate a tua casa para colocar esse assunto em pratos limpos! A minha mulher, se apressou a ir junto . Na casa do meu amigo, que tinha telefone, pude entrar em contato com o Neurocirugião de Rio Bonito, meu colega de especialidade no Hospital Estadual Getulio Vargas, na Penha - Rio de Janeiro , que me confirmava a fatalidade: - Olhe amigao, o menino de dois anos,teve fratura de bacia mas está bem, o pai esta regular, teve trauma raquimedular e traumatismo de crânio, mas a esposa dele, infelizmente está em coma profundo , e o caso dela e muito grave, sugiro transferi-los para algum Hospital do Rio de Janeiro onde terão melhor atendimento do que aqui. O que concordei, e imediatamente pus-me na estrada dirigindo-me onde eles estavam internados , ou seja do Sul de Minas para o Pronto Socorro Municipal de Rio Bonito, Estado do Rio de Janeiro, a cerca de 450 Km de onde me encontrava. Ao chegar no local indicado, constatando a gravidade do fato, providenciei a remoção atraves de uma ambulancia CTI, para o Hospital Adventista Silvestre, na cidade do Rio de Janeiro, pois era o Hospital que o plano de saude deles era aceito, onde a minha cunhada foi imediatamente internada no Centro Tratamento Intensivo, o meu cunhado no Centro Tratamento Intermediário e o meu sobrinho com 2 anos no Quarto Particular. Minha cunhada, devido a gravidade das lesões sofridas, faleceu após 15 dias, sem nunca ter saido do coma profudo . O meu cunhado sofreu um agravamento do quadro de traumatismo raquimedular, comecando a ficar tetralegico, notado pela irma, que medica, fez todo o procedimento contra tudo e todos, do Hospital que nao achava necessario, sendo transferido para O Hospital de Traumato Ortopedia, cujo socio era irmao do Diretor do Hospital na epoca , facilitando os tramites burocraticos em tempo habil , onde sofrera procedimento cirúrgico, de artrodese definitiva de coluna lombar sendo fixado com duas hastes Hallis imobilizando-lhe definitivamente , tornando -a estavel ao quadro traumatico raquimedular o que lhe salvou a vida, gracas , a perspicacia de sua irma, que providenciou todo o processo de transferencia e cirurgia a tempo de um final feliz, torno a repetir, acho que ele , meu cunhado, nao tem e nem tera ideia de como deveria ser grato o suficiente pois teve a possibilidade de nao ficar tertraplegico e ou em consequencia a um exito letal; a parte boa e feliz foi que e o menino teve alta hospitalar e ficou sob o nosso cuidados (meu de minha esposa), por quase seis meses na nossa casa. Quando o meu cunhado teve alta hospitalr ficou hospedado tambem, na nossa casa , juntamente com o filho de 2 anos. Estávamos , certo dia, em torno das 20 hs, aguardando o inicio do jornal nacional, que naquela epoca comecava mesmo as 20:00 hs conversando na sala de estar, eu, minha esposa e o meu cunhado que usava um colete toraco lombar ( sofrera recentemente procedimento ortopédico na coluna lombar, conforme relato anterior), quando o meu sobrinho, que estava brincando no meio da sala, sentadinho no chão e entretido com seus carrinhos e bonecos, repentinamente, parou de brincar, olhando fixamente para a varanda , levantou-se, e abrindo um grande sorriso e os bracinhos, correu firmemente para fora e aos gritos dizia: - Mamãe, mamãe, minha mamãezinha! e para espanto e encanto de todos nós que atônitos observávamos a cena, envolveu a imagem que se lhe apresentara com um longo e terno abraço! Paramos todos de conversar e olhamos para o local onde o menino se dirigia e abraçara e fora abraçado e nada víamos! Ato contínuo, meu cunhado, entendendo prontamente o que estava acontecendo, pois naquela epoca professava uma relegiao em que o fato presenciado era explicado e entendido, ato continuo, diriguiu-se para a varanda, pondo-se de joelhos erquendo os olhos para o local onde o garotinho olhava fixa e ternamente no longo abraço suplicou: - Meu Deus, creio realmente na vossa existência, pois permististe , que, por êsses breves minutos, uma mãe saudosa viesse se despedir de seu filho, Louvado seja o seu Nome e glorificado para sempre seja o seu santo nome, que a minha amada espôsa encontre a paz e a salvação eterna! Após o proferimento dessas palavras , o encanto se desfez e o garotinho entrou na sala : - Quero a minha mamãe, quero a minha mamãe, entrou aos prantos para sala enxugando as lágrimas que caiam em profusão pelo rosto. Naquele momento nos demos conta, que naquele dia, fazia um mes,que a minha cunhada, a mamãe querida, e amada esposa havia desencarnado! O imponderável estava acontecendo ali bem na frente dos nossos olhos! - È com certeza ela veio se despedir do filho querido e amado! - Mas porque esperou fazer trinta dias ? - Ela queria ter a certeza que o pai se recuperaria do grave trauma raquimedular sofrido e assumisse a responsabilidade dos cuidados e atençao ao filho! - Que ela agora tenha a paz que merece na graça do senhor Deus! - De fato, meu cunhado, se recuperou totalmente , ficando sem nenhuma sequela neurologica, ao se sentir em condicoes , retornou a sua casa, agora ajudado pela sua mae minha sogra, que Deus a tenha, que realmente que foi muito util e importante nessa epoca tao dificil da vida deles. Publicado por PAULO ROBERTO SILVEIRA em 25/08/2009 às 21h34
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. 25/08/2009 21h31
A CAFUNGADA NO CANGOTE ( A MACUMBA!)
Esta fato verídico, ocorreu nos idos de l968, melhor dizendo em novembro de l968, tinha 19 anos completados em 22 de março , quando faltavam alguns dias exatamente no dia 14 de novembro, para o meu embarque para Portugal, onde na cidade do Porto, iria cursar Medicina, através do convenio entre Brasil Portugal onde os alunos que terminavam o segundo grau com media 7,0 (sete) correspondendo em Portugal a media 14 ( quatorze), em física , química e biologia, tinha garantido o acesso ao curso universitário em ciências medica, eram uma espécie de ENEM na época. Estava em contagem regressiva, pois havia solicitado desligamento da função de auxiliar de escritório ou auxiliar de serviços Gerais , nem mais nem menos da Companhia Siderúrgica Nacional lotado que estava na Linha de Compra de Vendas ( LCV) que ficava no terceiro andar do Escritório Central em Volta Redonda, e na manha de uma terça feira , meu ultimo dia , como empregado da CSN, matricula 18.044 , quando fui chamado ao telefone do Rio de Janeiro, era o Sr Manuel, o dono da agencia de Viagem Marear, que ficara responsável pela emissão da passagem, de
navio da Linha C, era o navio Eugenio C, uma companhia Italiana, muito famosa , e, por 180 (cento e oitenta dólares ) tinha garantido minha ida para o meu destino em um camarote de seis pessoas. Era o que meu dinheiro dava . - Então Paulo, qual a merda que arranjastes? O seu passaporte esta preso no Dops na Rua de Relação, e você esta sendo intimado a comparecer lá para esclarecimentos. - O que??? O meu passaporte esta retido no Dops, com qual propósito? Qual o motivo alegado? Estávamos há alguns meses da instalação do Ato Institucional número cinco, - Olha meu menino, eu não sei não,acho melhor você vir ate aqui no Rio e resolver pessoalmente essa situação, pois você devera embarcar 5 feira, as 8 hs da manha na Praça Mauá. - Não acreditando que isso estava acontecendo, comigo, não tendo rabo preso com nada, estava tranqüilo pois só poderia haver algum mal entendido. Desliguei o telefone e com o semblante preocupado, de despedi dos meus colegas de trabalho e dirigi-me a Rodoviária que naquela época ficava na Vila Santa Cecília, em Volta Redonda, onde embarquei imediatamente para a cidade do Rio de Janeiro. Antes comprei um jornal : A Ultima Hora, para ir se entretendo na viajem, e como segundo Allan Kardec, não existe o acaso! Numa reportagem de rodapé , bem pequena, estava a resposta para o que estava acontecendo comigo. Havia uma reportagem sobre um assaltante de banco, e homicida, homônimo meu, Paulo Roberto Silveira, que colocava todos as saídas do pais , aeroportos e portos marítimos em alerta Maximo, do Dops e Policia Federal. Isto me tranqüilizou bastante pois já sabia a razão do equivoco da retenção do meu passaporte e o mais importante como haveria de agir e solucionar o problema. Ao chegar no Dops, na Rua da Relação no centro do Rio de Janeiro, fui me identificando e tendo em mãos a reportagem , foi imediatamente confirmado o equivoco , tipo : - Porra! Vocês não prestam pra nada mesmo, não estão vendo que o Paulo Roberto Silveira que procuramos e um Subversivo, assaltante de banco e homicida de um policial, que deve esta com idade em torno de 50 anos e esse menino tem apenas 19 anos???? Enfim com um pedido de desculpas e um aperto de mãos o Agente do Dops prontamente liberou na hora o meu passaporte que foi- me entregue em mão e poderia embarcar na quinta feira sem nenhum problema para a minha aventura que ora se iniciava, ou seja Cursar Medicina e Cirurgia na Universidade do Porto em Portugal. Dirigi-me para a Rodoviária na Praça Mauá cheio de alivio, mas com aquele friozinho na barriga que não cessava por nada. Chegando em Volta Redonda, como era de se esperar , meus familiares , estavam ansiosos a me esperar e aguardando noticias do que me havia acontecido e qual fora o motivo de meu passaporte ter ficado retido nas dependências do Dops na cidade do Rio de Janeiro. O meu cunhado, que era também meu companheiro de academia de Judô e como eu faixa preta, estava , se iniciando na arte de ser pai de santo. Hoje ele e um dos bons e famoso em VR, niguem Le um búzios como ele, E naquela noite fomos agradecer a todos os santos a graça de ter rapidamente solucionado tão grave e preocupante situação e principalmente por ter sido me dado a graça de saber através daquela reportagem de rodapé no Jornal Ultima Hora, do motivo, da causa de tão infeliz contratempo numa época dos anos de chumbo e num momento tão importante da minha vida . Naquela noite mesmo da terça feira, a meia noite nos dirigimos para uma encruzilhada perfeita, em cruz, com o norte sul, leste e oeste livres. Soprava um vento humido e frio e o silencio era total, tudo calmo e pacifico..... Ao se ajoelhar eu e meu cunhado, abrimos a toalha e sobre ela colocamos as oferendas : garrafa de marafa, galinha preta , farofa de dendê, as velas pretas e vermelhas e as fitas vermelha e preta. Concentrados , cantarolando o ponto do Seu Sete Encruzilhadas .... o Exu.... e bota Exu nisto.... e firmando o pensamento no home, foi quando o meu cunhado sentiu no seu gangote um bafo quente , muito quente e humido, viscoso , parecendo baba..... SSHHHRREEPPPP!!!!!!......meu irmão o cabra macho!!!!!, pois e proveniente do Ceará, deu um grito e de um pulo so, de joelhos ficando em PE e pálido e sudoreico e com os olhos esbugalhados Gritou ; AAHHHHHHHGGGG!!!!!!!! Valhei-me minha Santa Barbara!!!!!!!! e meu santo guerreiro!!!!!!, saindo correndo como desculpe o trocadilho como o capeta da cruz, e , eu atônito , impávido todo enregelado pelo medo e pavor pude perceber que atraz dele, do grande neófito pai de santo correndo e latindo e canindo de alegria a nossa cadela vira lata, de apenas dois anos de travessura e bom humor, latinto a doidado, só para chamar a atenção: AU! AU! AU!.......AUUUUUU ! COF! COF! COF!COF! COF! SSHHHRREEPPPP!!!!!!......SSHHHRREEPPPP!!!!!!...SSHHHRREEPPPP!!!!!!.........SSHHHRREEPPPP!!!!!!......SSHHHRREEPPPP!!!!!!......HAJA BABA! MEU IRMÃO! QUEM DIRIA! QUE IRIA VIVER PARA PRESENCIAR ISTO. bolinha , era o nome dela , pois tinha uma bolinha tatuada no olho direito em preto, parecia um gaxinin pirata, correndo... correndo... e latindo atrás do apavorado , assustado e desesperado que corria.... corriam.... sem olhar pra trás so sentindo a aproximação cada vez mais perto do .......capeta ou sei La o que que a sua imaginação criara ela possível tudo menos uma cachorra ainda por cima vira latas .... ele nunca esqueceu aquela cafungada no cangote. Publicado por PAULO ROBERTO SILVEIRA em 25/08/2009 às 21h31
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O EREZINHO ! ( O MOLEQUE MISTERIOSO!)
ooEstava na cozinha, na tranquilidade do meu lar, terminando de tomar o meu delcioso e merecido café, pois, precisava realmente de cafeina para me manter acordada, quando percebi que a casa estava suspeitamente muito calma.Temos dois filhos, um menino, naquela epoca estava com 13 anos, ariano de 5 de março , com todo vigor, alegria e pura malandrajem, pois, o negócio dêle era ser jogador de futebol, os estudos e tudo mais ficavam para segunda opção, tinha cerca de l,70 cm e já esta calçando igual ao pai dele, ou seja 43; deve estar no Play andando de bicicleta com o seu amigo vagabudangens, e uma meninha , na epoca com 8 anos e fara 9 no dia de São Cosme e Damião, ou seja dia 27 de setembro,libriana tipica, Deve estar na casa de sua melhor amiguinha, uma lourinha, magrinha e de olhos azuis, , moradora na cobertura no 8 andar . Nosso apartamentamento ficava no 2 andar, de um condominio classe media, situado na Tijuca - RJ, ideia de girico do meu marido, que ao comprar o apartamento e foi uns dos primeiros a faze-lo ainda na planta; preferiu um andar baixo, e pior... de fundos! Alega , que não percebera que os apartamentos de fundos tinha uma varanda menor que o de frente! ou seja 3 x mais...Homens! Francamente!
Pela animada conversa que vinha do corredor, percebi que meu filho e seu o amigo, vinham para casa, abriram a porta da cozinha com violência e entraram sorrindo e conversando animadamente, ...não devo me esquecer de trancar essa porta! quando subitamente percebi, atras meu filho e de seu inseparvel amigo, um outro garoto, entrara. Negro, mais baixo em estatura que os dois, de calça branca e listrinhas vermelhas e camiseta tambem branca, com um gorro vermelho na cabeca, ou seria um bone, não importei naquele momento com o fato, pois pensei ser uns dos primos do amigo do meu filho que tambem morava no predio.Os tres entraram e foram para a sala, onde está o computador. La em casa para evitar confusoes , cada uma das criancas tinha o seu computador, tendo exatamente a mesma especificaçoes e programas , memorias e etc... para evitar ciúmes e conflitos e brigas. Preparei um lanche que eles apreciavam, entrei na sala triunfante, levando , tres pedaços de pizzas quentinhas e o refrigerante estupidamente gelado a base de cola, não foi o meu espanto ao deparar somente com dois repito dois, garotos nos computador no quarto do meu filho. - Ué, cadê o menino que estava com vocês? - Que menino? retrucou meu filho. So tem eu e o meu amigo aqui na no quarto brincando com o computador! Você não está vendo mãe? - Eu estou falando daquele menino negro, de calça branca com listrinhas vermelhas e camiseta branca, e bone vermelho que entrara em casa, logo atrás voces agora a pouco!. - ???, atrás de mim, respondeu o amigo do meu filho espantado, só entramos so nois dois , mais ninguém! Tia. Como não vi mais niguem alem dos dois , e , percebendo que eles estavam falando a verdade, imediatamente veio a minha mente: Então quem seria aquele garôto? Meu Deus, eu tenho certeza que o vi entrar junto com os dois, vi sem sombra de duvida, para onde êle foi parar? Tão logo meu marido chegou, narrei-lhe com todos os detalhes o ocorrido, eis que, com toda a calma e carinho do mundo, sorrindo, mostrando seus dentes brancos e perfeitos, me tranquilizou, dizendo com toda a convição, que, era para eu não me preocupar mais, pois a casa estava limpa!?? e protegida!??? Quem quer que tenha entrado, saíra, desinfetara, no momento que ele chegara. Gozado ,Meu marido esta cada vez mais parecido com a mãe dêle, tinha essa mania de rezar e benzer as pessoas com a imposicao das maos e limpar os ambientes de obssessores foi o que ele me explicou!. Desde que a mae dele falecera em 2001, ele parece ter herdado os Guias Protetores , caboclos ciganos e os Pretos Velhos e etc...que ela costumava a incorporar e tanto amava e respeitava. Mas uma pergunta que não me abandova mais: Quem era o amigo, que não fora convidado? - Um erezinho,um erezinho dizia o meu marido sorrindo, mas tão logo como ele entrou, ele saiu. Publicado por PAULO ROBERTO SILVEIRA em 25/08/2009 às 21h29
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O DEFUNTO! ( A MAO ASSUSTADORA!)
Quando eu esperava uma lotação que ligava os municípios de Lambari, Sul de Minas, com Cambuquira, Caxambu, São Lourenço e outros, me lembro de uma noite em especial, que estava com todos os lugares ocupados, mas por sorte, um passageiro na última hora, desistiu da viagem noturna e fora agraciado com essa desistência, a referida lotação era daquelas muito antiga com desconfortáveis , motor Ford com seu barulho característico e bota característico nisso, pois você ficava quase surdo ao chegar ao seu destino, com assentos, bem surrados, e desconfortáveis , tendo acima de sua cabeça aquele perigoso porta bagagens, em que ia acondicionado as ditas malas de mão, que você não conseguira acondicionar na bagageira superior, que ficava acima do veículos, ao léu, protegida por uma lona antiga e surrada lona , bem amarrada as hastes fixas de proteção lembrando aquelas diligências do velho oeste. Quando um passageiro , no meio da estrada, estendeu a mão, no sinal característico solicitando ao motorista que parasse o veículo, o que prontamente foi atendido, abrindo a porta de frente que era a única de acesso de entrada e saída , com uma manivela manual, iniciou o diálogo:
- Boa Noite ! ! -Boa Noite, respondeu o passageiro. - A lotação está completa, se quiser seguir viagem , só tem lugar lá em cima na bagageira, mas tem um problema, estamos transportando alem das bagagens dos passageiros , um caixão de defunto, mas não se preocupe que está vazio, é para um enterro que se realizara amanhã na cidade de Jesuania. ( essa cidadezinha, muito simples fica cerca de 10 Km de Lambari). - Não há problema algum, e dito isso , subiu pela escada de ferro de dava acesso ao bagageiro onde estava o dito caixão. E a viagem , corria sem nenhuma complicação, quando de repente, como é muito comum nessa região, começa, uma tremenda chuva, daquelas de molhar até os ossos de qualquer cristão. E o passageiro ao se ver desprevenido, sem capa ou guarda chuva, não perdeu tempo, abriu o caixão e puf ! entrou antes que ficasse encharcado. E a viagem continuava sem nenhuma intercorrênncia, na Santa Paz do Senhor, já estávamos quase se aproximando de Jesuania, quando o motorista avistou ou longe um passageiro que ele conhecia bem , era o Juvenal, um fanfarrão, mulato forte , e brigador, que alegava aos quatro ventos que não tinha medo de ninguém, muito menos de alma penada ou fantasma, e , querendo evitar confusão , parou a lotação , abrindo a porta com o seu ruído característico logo foi avisando: - Sr Juvenal, não há lugar , todos os acentos estão ocupados, se o Sr quiser , terá que fazer companhia ao outro que está lá em cima. - Juvenal, deu uma olhada para cima , só avistou as bagagens e um caixão, não entendendo bem, por que o motorista afirmara que faria companhia a alguém em cima do veiculo, será que ele pensa que eu tenho medo de defunto, logo eu, Juvenal, bom de briga e machão destemido e comedor de todas as mulheres que caísse na sua conversa. Não conversou, subiu as escadas e de um pulo se ajeitou na bagageira superior bem ao lado do caixão. E ao dar arrancada com o seu barulho característico a viagem seguia mansa e pacifica. Já estávamos avistando as luzes de Jesuania , indicativo que teríamos uma das inúmeras paradas , daquela viagem daquela lotação também denominada mata sapos, pois parava em todos o brejos. Ai aconteceu algo inesperado. O primeiro passageiro , que tinha dormido , dentro do caixão, com o balanço da viagem, acorda, e abrindo o caixão botando a mão para fora, perguntou para os seus botãoes: - Será que a porra desta chuva parou? O mulato Juvenal, que coitado pensava estar sozinho, percebeu-se ao contrario, e na arregalando os olhos, pensando tratar-se de um assombração, melhor dizendo um defundo levantando-se do caixão , deu um grito de medo e agonia: - Vade retro , valei-me meu São Jorge, e de um pulo só , do teto da lotação ganhou a estrada e saiu correndo gritando a todos pulmões: - AHHHHHHHHH! Desconjuro ! Vá assombrar outro.... Há quem diga de Juvenal nunca mais andou de lotação na vida,,, Publicado por PAULO ROBERTO SILVEIRA em 25/08/2009 às 21h26
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A CHAVE DO MEU CORAÇÃO ( O MASCARADO!)
(Essa história verídica foi-me relatada entre versos e sonatas por uma gentil senhora de 85 anos. È uma poetisa e de bem com a vida.
- Meu pai me deu de presente de aniversário de 15 anos um cordão com uma chave de ouro como pingente, e me disse: a quem eu desse essa chave ou me fosse tirada do pescoço, saberia então com quem me casaria. O tempo foi passando, aos 20 anos tinha varios pretendentes mas nenhum me falava ao coração. Aos 25 anos anos uma paixão muito forte por meu primo tirava a minha concentração e o meu fólego, mas como as coisas nunca eram como a gente quer, acabei noiva de um amigo da família, escolha de meu pai. Um homem mais velho, comerciante poderoso e família tradicional. Naquela época o pai da gente é que escolhia com que a gente ia ser casar. O noivado foi tratado e a data do casamento foi marcado. Nesse ano, não vou dizer qual, e no baile de máscaras do Copacabana Pálace, em Copacabana, eu estava me despedindo da minha solterice com minhas amigas, quando , no meio do salão um jovem mascarado , se aproximou e súbitamente e sem a menor cerimonia arrancou num brusco e rápido gesto o meu cordão e junto com êle a chave que segundo o meu pai seria o aviso, de ser o proprietário do meu coração e o senhor da minha vida! Não consegui encontrá-lo por mais que eu e as minhas amigas o procurasse! Em pânico e desconsolada eu só pensava: Pronto e agora? Como a professia seria cumprida! O tempo enexorável em sua caminhada não parava e uma idéia obssessiva me atormentava, quem seria o misterioso mascarado? Já tinha perdido todas a esperanças e a data do casamento se aproximando, os convites já distribuidos e tudo o mais, quando numa conversa com o meu primo, o meu grande amor, relatei-lhe o ocorrido: - Imagine, que eu fui roubada no baile dos mascarados no Copabana Palace, um mascarado arrebatou-me o meu cordão e com ele a chave que tinha um significado muito importante para mim. - Por acaso , (ao abrir a mão) não seria esse o cordão e a chave que procuras? - Tomada de uma infinita alegria e sem nenhum pudor beijamo-nos apaixonadamente, eu tinha agora a certeza que a profecia iria se cumprir. Imediatamente comuniquei a família que estava desistindo do casamento com o escolhido do meu pai e que o escolhido seria o meu primo, para surpresa e idignação de todos. A luta fui dura e contra tudo e todos me casei com o homem que arrebatou o direito de ser o proprietário do meu coração cuja chave tinha em mãos. Fui um casamento perfeito e duradouro, que resultou em 2 filhas hoje adultas, casadas que me deram netos lindos e maravilhosos e bem direcionadas na vida, quando a morte nos separou há 5 anos . Um infarto agudo do miocárdio levou o meu amor e dono da chave do meu coração. A gente se encontrará em breve, pois sei que ele estará me aguardando tendo em suas mãos advinhem o que? Uma chave de ouro! Mas agora que abrirá as portas da etenernidade! Estou pronta! Estou pronta! Estou pronta! Venha meu amor! Pois não aguento de tanta saudades, será que ai no céu tem baile de máscaras? Me aguarde, pois em breve irei encontra-lo. Publicado por PAULO ROBERTO SILVEIRA em 25/08/2009 às 21h23
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